Após anos de promessas e nenhuma solução concreta, as famílias da comunidade do Alecrim, em Pinhão, voltam a viver o terror de um novo despejo. Desde o fatídico 1º de dezembro de 2017, quando foram brutalmente retiradas de suas terras, os moradores têm lutado incansavelmente por justiça e permanência.
Foram dezenas de reuniões com o INCRA, mobilizações em massa, passeatas, bloqueio da PR-170, entrevistas, audiências e adesivaços. Tudo em busca de uma solução definitiva. No entanto, o que conseguiram até agora foram apenas prazos prorrogados e a promessa vaga de uma “alternativa eficaz”. Nada de concreto. Nada que garanta a paz que essas famílias tanto merecem.
Na última semana, o processo voltou a andar. O juiz responsável foi direto: ou o INCRA apresenta uma solução real e definitiva, ou o despejo será executado. A ameaça é clara, real e iminente.
Cansadas de esperar, as famílias decidiram agir. Estão indo até Curitiba, direto à sede do INCRA, exigir uma resposta à altura da gravidade da situação. “Já estudaram demais. Agora é hora de agir,” dizem os moradores.
A situação do Alecrim é a mais crítica – porque o despejo já aconteceu uma vez, e o trauma ainda está vivo. Mas o drama vai além: centenas de outras famílias de posseiros e assentados enfrentam o mesmo abandono.
É hora de parar de adiar. É hora do INCRA assumir sua responsabilidade. O povo do campo não vai mais aceitar ser jogado à margem.
Texto enviado por Ana Maria, posseira da comunidade do Alecrim, com edições do Blog de Pinhão.
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